Não é recente a busca dos principais contratantes de serviços de saúde pela padronização e fixação de preços de procedimentos cirúrgicos, especialmente os de média e alta complexidade. Os custos de procedimentos cirúrgicos complexos têm grande impacto na sinistralidade das Operadoras de Saúde (OPSs) e aquelas que não possuem uma rede de atendimento verticalizada têm grande dificuldade em controlar os custos desses procedimentos.

Essa dificuldade está relacionada à estrutura de custos de cirurgias complexas. Invariavelmente, nesses casos, o material comum utilizado na cirurgia e as taxas de sala e equipamentos pesam pouco na conta hospitalar. A diferença está na remuneração médica e, particularmente, nos materiais especiais, também conhecidos como OPMEs.

Como as OPSs estabelecem tabelas para a remuneração médica assistencial e existe consenso quanto ao dimensionamento da equipe necessária para a realização dos diferentes tipos de cirurgia, a questão está nas características e na quantidade das OPMEs utilizadas, em última instância definidas pelo cirurgião responsável. Essa definição está fora do controle da OPS. É uma decisão técnica e subjetiva, que depende do estado de saúde atual e do tipo de vida futura do paciente.

A adoção de procedimentos cirúrgicos padronizados (PCPs) leva ao compartilhamento do risco financeiro entre a OPS e o hospital. A lógica está em fixar um preço para cada procedimento e pagar pelo “pacote” de materiais, taxas e profissionais envolvidos em cada cirurgia. Pode ser um bom negócio para todos os envolvidos. A questão está em estabelecer as estruturas de incentivo e de controle corretas para as OPSs, hospitais e equipes médicas.

Tanto a OPS quanto o hospital precisam conhecer os custos das cirurgias contratadas. No caso da OPS, é preciso ter à disposição um sistema de informações que forneça o custo médio total de cada cirurgia realizada por cada prestador. O hospital precisa entender a formação de preços das cirurgias que realiza e estabelecer protocolos cirúrgicos com as equipes médicas envolvidas que contenham as características dos materiais especiais e medicamentos utilizados para cada indicação cirúrgica, de forma a minimizar o seu risco financeiro.

Cada hospital apresentará um custo médio por cirurgia; alguns terão custos maiores, outros menores, para cada tipo de cirurgia. O problema está na OPS querer estabelecer o preço da cirurgia tendo como referência o menor custo médio apresentado pela rede. Pode ser um passo muito grande para alguns prestadores, inviabilizando a negociação do PCP. O que precisa ser feito é um sistema de incentivos que beneficie a todos os envolvidos. O preço de referência de cada cirurgia deve ser baseado no custo médio total de cada prestador e o hospital deve estabelecer protocolos cirúrgicos e um controle gerencial centralizado. Assim, com a adoção de PCPs, haverá uma redução de custos para a OPS e a expansão da margem operacional hospitalar. A OPS poderá fixar metas para a redução do custo médio de cada procedimento em direção ao menor custo apresentado, incentivando o hospital com o direcionamento de procedimentos.

E qual seria o incentivo para as equipes médicas estabelecerem os protocolos cirúrgicos com o hospital? O controle do uso de materiais e OPMEs e a resolutividade da equipe, que têm impacto direto e relevante no custo dos procedimentos realizados, deve ser recompensado pelo hospital através de uma bonificação baseada na economia gerada pelas equipes médicas em relação ao preço fixado no PCP.

A PRODOCs pode apoiar Clínicas e Hospitais a montar a estrutura adequada de incentivos e controles para a realização de Procedimentos Cirúrgicos Padronizados lucrativos para todas as partes envolvidas: OPSs, Instituições de Saúde e grupos cirúrgicos.

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João Marcelo Alves, economista e mestre em finanças é Managing Partner da PRODOCs Soluções para Empresas de Saúde.